Resumo

Os carnívoros estão no topo da cadeia alimentar e constituem o principal grupo de predadores de vertebrados nos ecossistemas terrestres, a predação é algo natural e é importante para a manutenção da biodiversidade. A maioria dos grandes mamíferos carnívoros está em declínio global, em grande parte devido ao seu envolvimento na predação de animais domésticos. A utilização de cercas para impedir que o gado entre em matas e se exponha a ataques são medidas recomendadas para a prevenção de predação. No Brasil, poucos estudos têm sido realizados para testar a possibilidade da utilização de cercas- vivas na prevenção da predação. Com base nessas informações, o objetivo desse trabalho foi identificar espécies botânicas com potencial para cercas- vivas de exclusão, visando à mitigação dos conflitos entre predador-pecuária e que atuem na conservação desses carnívoros, em especial a onça-pintada (Panthera onca) e onça-parda (Puma concolor). Por meio de questionários aplicados a especialistas, foram levantadas 66 espécies espinescentes ou com características morfológicas com potencial para cercas-vivas, entre elas, arbóreas, arbustivas, herbáceas e uma gramínea. Com essas espécies, foram montados três modelos teóricos de cercas-vivas divididas em três estratos, a fim de inibir os felinos, diminuindo a predação e mitigando conflitos com o
produtor de gado. Muitos estudos e testes ainda precisam ser realizados para validação da eficiência das cercas-vivas utilizando as espécies sugeridas.