Resumo

O patrimônio florestal brasileiro, nativo e exótico, encerra imensa variabilidade
genética que continuamente vem sofrendo perdas, muitas vezes irreversíveis. Com a procura
cada vez maior de madeira para atender às necessidades do homem, dentre suas múltiplas
variedades e utilizações, a semente tem o seu papel de destaque, não só em quantidade, mas,
sobretudo na sua qualidade. Sendo a semente um dos principais mecanismos de propagação, é
insumo fundamental para qualquer programa de produção de mudas voltado para plantios
comerciais, restauração de áreas degradadas e conservação dos recursos genéticos. Entretanto,
para obtenção de sementes é necessário antes definir a, área de coleta de semente que melhor
atenda às características desejadas. As Áreas de Coleta de Sementes (ACS) constituem bancos
de germoplasma florestal para uso atual e futuro. Entretanto, há carência na bibliografia
acerca dos métodos para a sua implantação, tanto em área que já exista um sistema de
referência prévio, com picadas já abertas ou censo florestal já realizado, quanto em áreas sem
qualquer beneficiamento anterior. Portanto, o presente trabalho teve como objetivo propor
uma metodologia para implantação de ACS em florestas com características diferentes: Áreas
sob regime de manejo com sistema de trilhas de orientação; Áreas com sistema de referência
alternativo, caminhamento de uso comum ou individual de uma comunidade ou comunitário
e; Áreas sem infraestrutura de sistemas de referência. Para isso foi montado um grupo de
trabalho, com experiência no assunto, composta por professores, alunos e colaboradores.
Foram realizadas reuniões com intuito de subsidiar a definição dos procedimentos para
implantação de Áreas de Coleta de Sementes no Estado do Amazonas. Foi realizado
primeiramente um reconhecimento das áreas, fazendo uma avaliação previa sobre as
infraestruturas existentes, caracterizando a situação atual cada área. Posteriormente foram
definidas as características a serem consideradas para seleção das árvores matrizes, tais como
as espécies que pode variar de acordo com cada local ou região e as demais características
dendrométricas e dendrológicas que uma árvore devera apresentar. Finalmente foram
discutidas as alternativas e definidas as etapas, procedimentos, equipes, formulários, materiais
e equipamentos necessários à implantação das ACS. A elaboração dessa proposta dever ser
testada em campo.