Título
Plasticidade fenotípica foliar de plantas jovens de Bertholletia excela em resposta à variação do ambiente de luz
Autor
Jussara de Souza Lopes
Ano de publicação
Orientador
Resumo
A capacidade das plantas de apresentar respostas adaptativas diferenciadas em relação às condições físicas do meio que se encontram é conhecida como plasticidade fenotípica, esta é uma caracteristica desejável em espécies sujeitas a condições adversas como ocorre frequentemente em áreas degradadas. Dentre os fatores abióticos, a luz é determinante para o estabelecimento, o crescimento e o desenvolvimento das plantas, tanto pela quantidade quanto pela qualidade de energia luminosa apresentada no ambiente. Os ajustes morfo-anatômicos e fisiológicos apresentados pelas plantas, dependem da intensidade e da duração da exposição à irradiância. O presente estudo teve como objetivo investigar a plasticidade fenotípica de Bertholletia excelsa em resposta à variação na irradiância ao longo do tempo de exposição. Para tanto, plantas aclimatadas a sombra foram expostas a alta irradiância e após realizadas as coletas de exposição em diferentes períodos foram transferidas novamente a baixa irradiância. Análises e massa seca, massa foliar específica, trocas gasosas, fluorescência da clorofila a, determinação de teores de pigmentos cloroplastídicos e de açúcares solúveis foram realizadas, e posteriormente foi calculado o índice de plasticidade fenotípica. Plantas de B. Excelsa não diferiram significativamente após 21 dias de exposição a pleno sol, quanto a massa foliar específica verifica-se aumento após 14 dias de exposição a pleno sol e quando as plantas são transferidas da alta para a baixa irradiância ocorre diminuição da massa foliar. Diminuição progressiva nos teores de pigmentos cloroplastídicos foram observados, entretanto a degradação dos carotenóides, que auxiliam na dissipação do excesso de energia, é menor que a de clorofilas a e b. No 2° e no 7° dia de exposição a pleno sol as plantas apresentam efeitos fotoinibitórios verificados a partir da razão Fv/Fm e do índice de desempenho, com tendência a recuperação nos dias seguintes. As taxas fotossintéticas aumentaram com o passar dos dias a pleno sol, sendo após 21 dias cerca de 70% superior em relação as plantas aclimatadas, quando as plantas retornavam ao ambiente sombreado ocorria diminuição das taxas, o mesmo foi verificado para a condutância estomática, transpiração e respiração no escuro que a exceção dos demais, depois da transferência para o ambiente de sombra ainda manteve-se alta. O aumento da atividade fotossintética com o decorrer do tempo coincide com o aumento do conteúdo de açúcares solúveis e amido em plantas a pleno sol assim como a diminuição também resulta em redução nos teores de carboidratos foliares. A análise do índice de plasticidade demonstrou que os açúcares solúveis seguidos da massa foliar especifica, do índice de desempenho e das trocas gasosas demonstraram ser as características mais plásticas para a espécie B. excelsa neste experimento. Os resultados obtidos sugerem que plantas jovens de B. excelsa apresentam grande plasticidade frente a diferentes condições de irradiância sendo, portanto, indicadas para projetos de recuperação de áreas degradadas.
Palavras-chave
Fisiologia, castanheira-da-Amazônia, aclimatação, trocas gasosas, carboidratos