Resumo

As florestas tropicais abrigam uma grande diversidade de organismos que estão frequentemente ameaçados pela exploração inconsequente do meio. A Ordem Coleóptera destaca-se dentro da Classe Insecta devido sua enorme diversidade taxonômica e funcional. Estes insetos desempenham papel fundamental para o funcionamento dos ecossistemas, uma vez que participam de importantes processos ecológicos. O entendimento da relação do ambiente alterado pela ação humana com a diversidade e abundância dos coleópteras, pode trazer dados relevantes, como por exemplo, bioindicadores ambientais. Com isso, este estudo teve por objetivo realizar um levantamento das famílias da Ordem Coleóptera para avaliação de sua diversidade e abundância em dois tipos de fragmentos florestais pertencentes ao domínio da UFAM – Setor Sul. Os besouros foram coletados em dois períodos (chuvoso e seco) e em dois fragmentos (antropizado e remanescente florestal). No total foram montadas 20 armadilhas, sendo 10 em cada fragmento. Foram realizadas 4 coletas, 2 no período chuvoso e 2 no período seco. Os besouros coletados foram transportados para o Laboratório de Preservação da Madeira – UFAM onde foram alfinetados, etiquetados e separados por fragmento e período coletado. Foi realizado a identificação em nível de família e a partir disto, análise estatística de dados para avaliar abundância, diversidade e similaridade. Foram coletados 308 indivíduos, representando 13 famílias nos dois fragmentos. As famílias identificadas foram Scarabaeidae, Chrysomelidae, Cerambycidae, Passalidae, Curculionidae, Lampyridae, Elateridae, Bruchidae, Erotylidae, Rutelidae, Coccinelidae, Scolytidae e Cicindelidae. Levando em consideração a abundância, foi possível perceber que no remanescente florestal foram coletados 191 indivíduos (62,01%) e no fragmento antropizado, 117 indivíduos (37,99%) da coleta total, apresentando diferença significativa de abundância entre os fragmentos (T=2,01; p<0,05). Os valores de diversidade pelo índice de Shannon-Wiener variaram entre 1,32 no fragmento antropizada/período seco e 2,13 no remanescente florestal/período chuvoso. Correlacionando a diversidade dos dois fragmentos estudados pode-se observar diferença significativa (T= 1.19; p<0,001). Os resultados indicaram que os fragmentos estudados revelam diferenças de abundância e diversidade para coleópteros, mostrando que a perturbação antrópica pode explicar o número reduzido de famílias amostradas em ambientes antropizados se comparado com ambientes de remanescente florestal.