Resumo

O sistema de talhadia tem sido adotado para produção de material lenhoso de pequenas e médias dimensões, onde os principais objetivos da produção são celulose e biocombustíveis. As espécies mais utilizadas nas Américas, Europa e África pertencem aos gêneros Eucalyptus, Populus, Salix e Acacia. Nesse trabalho utilizou-se a espécie Hymenaea courbaril L., por apresentar boa capacidade de rebrota. Neste contexto o presente estudo teve como objetivo investigar a capacidade de rebrota sob influência de diferentes sítios florestais submetidos a três tratamentos: adubação orgânica (AO), química (AQ) e sem adubação (SA). Também foi analisada a influência dos diferentes tratamentos de adubação no status nutricional das rebrotas. Além disso, avaliou-se a influência da precipitação pluvial no crescimento das rebrotas. Para tanto, analisou-se as seguintes variáveis: taxa de crescimento relativo em altura (TCR-a) e diâmetro (TCR-d), crescimento absoluto em altura (TCA-a) e diâmetro (TCA-d), número de rebrotas e os teores de nutrientes foliares. O número de rebrotas nos três tratamentos não apresentou uma distribuição uniforme ao longo do período deste estudo. Aos 28 meses após o corte da árvore, foi observada uma redução na produção de rebrotas por toco nos três tratamentos. Nos tratamentos AO e AQ foi emitida apenas uma rebrota, enquanto que, o SA emitiu quatro rebrotas por toco. As elevadas médias de alturas nas rebrotas do tratamento AO nos meses de janeiro, fevereiro e março de 2012 podem estar relacionadas com os benefícios proporcionados pela adubação orgânica e maior disponibilidade hídrica, devido os altos valores de precipitação pluvial durante este período. As maiores taxas de crescimento relativo em altura (3,2 cm cm-1 mês-1 ) e diâmetro (0,4 mm mm-1 mês-1) foram obtidas no tratamento AO. As taxas de crescimento absoluto foram também maiores no tratamento AO tanto em altura (7,49 cm-1mês-1) como em diâmetro (1,53 mm-1 mês-1). Com relação aos teores de nutrientes foliares, o tratamento AO obteve maiores teores N (19,58 g kg-1), K (6,17 g kg-1), Mg (1,81 g kg1) e Zn (51, 75 mg kg-1). O tratamento AO apresentou valores 107, 123, 112 e 110% maiores que o tratamento SA para os nutrientes N, K, Mg e Zn, respectivamente. Os altos teores de Ca (12,61 g kg-1), Fe (103,7 mg kg-) e Mn(43,44 mg kg-1) encontrados nas rebrotas do tratamento SA, podem ser explicados pelo efeito de diluição em plantas com crescimento limitado. Portanto, conclui-se que os menores índices de precipitação pluvial (período seco) não influenciaram a emissão e crescimento das rebrotas. As diferentes fontes de adubação do solo influenciam tanto o número de rebrotas formadas no toco quanto os crescimentos em altura e diâmetro das mesmas.