Título
Crescimento e sobrevivência de espécies florestais em plantio de enriquecimento de floresta secundária
Autor
Guilherme Silva Modolo
Ano de publicação
Orientador
Co-orientador
Área de concentração
Resumo
Aproximadamente 23% das áreas desflorestadas na Amazônia Legal estão ocupadas por florestas secundárias em diferentes estágios de regeneração. Esta fitofisionomia florestal tem recebido maior atenção nas últimas décadas em função do potencial para a produção de bens e serviços. Entretanto, a escassez de espécies de madeira nobre em florestas secundárias limita o seu uso para fins de aproveitamento econômico. O enriquecimento via plantio de mudas constitui alternativa para a introdução de espécies de interesse nessas áreas. A introdução das espécies requer intervenções silviculturais via tratamentos de redução da área basal (desbaste) e remoção do sub-bosque (bosqueamento) que favoreçam o estabelecimento das espécies a partir da criação de um gradiente de disponibilidade de luz. O objetivo foi investigar se tratamentos silviculturais influenciam o estabelecimento inicial de espécies florestais em sistema silvicultural de enriquecimento de floresta secundária O experimento foi instalado entre fevereiro e março de 2017 na Fazenda Experimental da Universidade Federal do Amazonas (FAEXP-UFAM) seguindo o delineamento de blocos casualizados sendo cinco blocos distribuídos em 16,5 hectares. Foram aplicados seis níveis de remoção da área basal por meio do desbaste (0, 20, 40, 60, 80, 100%), combinados com os tratamentos de remoção do sub-bosque (com ou sem remoção), em parcelas principais de 2318 m2, nas quais foram plantadas 1.800 mudas de seis espécies florestais de interesse econômico. As taxas de sobrevivência e crescimento foram medidas aos seis meses após o plantio. A sobrevivência variou de acordo com a espécie, Bertholletia excelsa e Carapa guianensis tiveram maiores percentuais de sobrevivência (92 à 100%), os menores percentuais de sobrevivência foram de Swietenia macrophyla, chegando até 68%. Os tratamentos silviculturais não afetaram a sobrevivência. O crescimento de todas as espécies foi positivamente influenciado pelos tratamentos de redução da área basal e remoção do sub-bosque. Parcelas mais desbastadas (100%) tiveram crescimento até dez vezes maior em altura e, quatro vezes maior em diâmetro que parcelas menos debastadas (0%). A remoção do sub-bosque aprimorou o crescimento em doze vezes em altura e, duas vezes em diâmetro em parcelas com menores intensidades de desbaste (0%). A magnitude de resposta aos tratamentos foi fortemente influenciada pelas espécies, de acordo com sua capacidade de resposta ao recurso que está sendo disponibilizado.
Palavras-chave
Silvicultura tropical, sistema silvicultural, estabelecimento inicial, desbaste, bosqueamento