Título
Fungo associados às sementes de cedro-vermelho (Cedrela odorata L.) e tento-amarelo (Ormosia excelsa Spruce ex Benth.)
Autor
Geisa da Silva Crisostomo
Ano de publicação
Orientador
Área de concentração
Resumo
A região Amazônica, por apresentar clima quente e úmido durante a maior parte do ano, propicia ambiente extremamente favorável à ocorrência de doenças em espécies florestais. Neste contexto, a qualidade sanitária, fisiológica, física e genética das sementes assume grande importância tendo em vista que as mudas formadas a partir delas, irão refletir na capacidade das mesmas em originar plantas sadias. Entre esses fatores que podem afetar a qualidade das sementes florestais estão os de caráter fitossanitário, entre os quais se destacam os fungos. A associação de microrganismos patogênicos nas sementes pode influenciar na viabilidade, longevidade e na transmissão para planta resultante. O presente estudo foi realizado com o objetivo de avaliar a incidência e a transmissão de fungos associados às sementes de Cedrela Odorata L. e Ormosia excelsa Spruce ex Benth. Os ensaios foram conduzidos no Laboratório de Microbiologia e Fitopatologia da Faculdade de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Amazonas. As sementes utilizadas foram cedidas pelo Centro de Sementes Nativas da Amazônia, com as quais foi realizado o teste de germinação, sanidade empregando-se o método do papel-filtro (PF) e de plaqueamento em batata-dextrose-ágar (BDA), e transmissão de fungos. Na avaliação de sanidade com as sementes de C. odorata foram obtidos 293 isolados de fungos no teste de papel-filtro de 76 isolados no teste em Ágar, identificados nos gêneros: Penicillium sp., Aspergillus niger, A. flavus, Rhizopus sp., e Corynespora sp. Na avaliação de sanidade com as sementes de O. excelsa foram obtidos 214 isolados no teste de papel-filtro de 56 isolados de fungos no teste em Ágar, identificados nos gêneros: Penicillium sp, Rhizopus sp, A. niger, A. flavus e Cladosporium sp. Não ocorreu germinação no testes com as sementes de C. odorata, e o teste com O. excelsa apresentou 83% de sementes germinadas e 17% de sementes mortas, devido a ocorrência de fungos. Os fungos A. flavus, Cladosporium sp. e Fusarium sp. mostraram-se como possivelmente patogênicos no teste de transmissão com as sementes de O. excelsa. Neste trabalho, demonstrou-se que os testes de PF e BDA foram eficientes e complementares na detecção de fungos potencialmente patogênicos. Houve uma redução na incidência de fungos em relação aos métodos de detecção utilizados. Os estudos da associação de fungos encontrados em sementes florestais e a avaliação do seu potencial patogênico são escassos, porém de grande importância, pois podem fornecer subsídios para modelos epidemiológicos, produção de mudas e armazenamento de sementes.
Palavras-chave
Sementes florestais, patologia de sementes, sanidade, Amazônia