Anexos
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Mauritia flexuosa._exsicata_01
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Mauritia flexuosa._exsicata_02
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Mauritia flexuosa._exsicata_03
Metadados
Nome vulgar
Buriti
Nome científico
Mauritia flexuosa L.f.
Família botânica
Categoria
Alimentícia | Espécie madeireira | Espécie medicinal | Espécie ornamental | Frutífera | Paisagismo | Produtora de fibra | Produtora de óleo | Reflorestamento
Distribuição geográfica
Encontrado na Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana Francesa, Guiana, Peru, Suriname, Trinidad e Tobago e Venezuela. No Brasil, ocorre no Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Piauí, São Paulo, Rondônia e Tocantins.
Outros nomes vulgares
Brasil | Bahia: bury; Pará: miriti, murity do brejo; Tupi: biriti, boriti, bruti, buri, buriti, buriti-bravo, buriti-do-brejo, buritirana, buritizeiro, carandaguaçu, carandá-guassú, carandá-guaçú, carandaiguaçu, coqueiro-buriti, ita, meriti, merity, miriti, miritizal, miritizeiro, moreti, moriti, muriti, muritim, muritizeiro, muruti, muruty, palmeira-buriti, palmeira-do-brejo, palmeira-ita; mbority, mburiti; Yanomama: liokoho; Waimiri-Atroari: mixi.; Yudjá: patia.; Panará: inkwápâri.; Ikpeng: egak.; Kisêdjê: ngrwá. Outros: bariti.
Outros | Alemanha: morichepalme, yurumabrot; Bolívia: bororo, carandahy-guassú, caranday guazu, chivaoca, ideuí, idevi, murichi, palma real, palmeira real, uque, kikyura.; Colômbia: aguaje, canangucha, cananguche, carangucha, chomiya, chomuja, chonuja, ideuí, mariti, miriti, moriche, muriti, nain.; Equador: achu, aguaschi, canangucho, canongo, canongocho, chambira, kanango’cho, miriti, morete, muriti, noncota, nushigata; Guiana: aele, arbol de la vida, finteve, ga-bá, ga-bi, itah, ite, ite palm, palmier bache, boche, uara; Guiana Francesa: awara, awuara, baché, palmier báche, palmier badu, pibache; Inglaterra: buriti palm; burity, feber palm, ita palm, moriche palm; Peru: achmol, achu, achual, aetí, aguaje, auashi, bimón, buritísol, ibi-ovi, ité, iñéjhe, mariti, moriche, muriti, nesicanã, shispi, vinon; República da Guiana: mauritia; Suriname: koj, maurisie, mauritia, morisi; Venezuela: gae-bae, kuesé, kvail, moriche, morichito, murichi, palma de moriche; Andoque: aguage, aguaje, canangucha, cananguche, canangucho, moriche palm. konta; Miraña: inéhe; Muinane: milla-inóho; Uitoto: cananguchal; Warao: árbol de la vida, ojiru.
Características gerais da espécie
Ocorre em várzeas, florestas fechadas ou abertas com solo pouco drenado, atendendo a exigência da espécie de suprimento abundante de água no solo. Palmeira encontrada em comunidades ou isolada, havendo indivíduos machos e fêmeas, sendo somente a palmeira fêmea produtora de frutos. Atinge até 35 m de altura, 30 a 50 cm de diâmetro. Possui 10 a 14 folhas grandes e palmadas que formam copa em coroa. Flores em coloração amarelada e frutos cobertos com escamas marrom-avermelhadas em cachos. Fruto com polpa em coloração amarelada, laranja ou laranja-avermelhado e oleaginoso, cobrindo 1 a 2 sementes ovais e duras por fruto.
Principais usos
Informações adicionais
Para populações tradicionais e nativas do Amazonas, Orinoco e Guiana, esta espécie serve como alimento animal e humano, combustível, construção, cordoaria, medicinal, ornamental, para saboaria, entre outros usos.; Como alimento para animais, as sementes são utilizadas para a alimentação de suínos no Ceará. Na culinária, se utiliza do broto para obtenção de palmito. Nos ramos da inflorescência obtém-se uma seiva refrescante e adocicada, que com fermentação, constitui o vinho miriti. Na Amazônia, os índios concentram esta seiva para preparação de melaço ou açúcar utilizado na alimentação. No estipe também obtém-se seiva utilizada como adoçante e a “ipurana”, um tipo de farinha empregada na preparação de pães e mingaus. Aproveita-se a polpa dos frutos na forma de sucos, geleias, cremes, vitaminas, sorvetes e picolés, sendo a polpa seca do fruto, quando tostada, consumida em forma de pão. A polpa também fornece óleo de coloração vermelha usado no preparo de alimentos como tempero ou na fritura de peixes. Prepara-se, também, com a polpa fresca, bebida conhecida como vinho de buriti.; No artesanato, a palmeira fornece palhas e fibras empregadas na produção de esteiras, balaios, vassouras, tipitis, paneiros, cordoaria, tecidos, redes, sacos, acolchoados para cama e mesa, pipas e máscaras.; As sementes também são empregadas na confecção de artesanatos como adornos, botões, joias e semijoias.; As sementes da palmeira são aproveitadas para a produção de álcool combustível.; Na construção, o tronco é utilizado na sustentação de casas e, quando oco, como calha. As folhas secas são usadas para construção de paredes, tetos e coberturas de casas.; A medicina popular usa o fruto para combater sintomas de resfriados e gripes, sendo útil, também, na prevenção e recuperação de casos de desnutrição e deficiência de vitamina A. O óleo extraído da polpa do fruto possui propriedades energéticas e vermífugas, sendo usado, também, no tratamento de queimaduras de pele, auxiliando na cicatrização. Algumas populações indígenas usam o amido do fruto para tratamento de desinteria e diarréia, sendo o chá feito das sementes também usado contra dores intestinais. A raiz desta espécie apresenta propriedades medicinais anti-reumáticas.; Utilizam-se as folhas na confecção de cordas para a construção de jangadas, os talos na construção de gaiolas, alçapões, móveis, balsas e remos, e as nervuras das folhas na confecção de setas de sarabatanas. A madeira é utilizada na construção de canoas, armas nativas, trapiches em beira de rios e para a confecção das talas usadas na coleta do látex de seringueira. Palmeira empregada como ornamental mas, que apresenta potencial paisagístico, podendo ser utilizada na arborização de ruas e parques. Também pode ser usada na recuperação de áreas degradadas.
Referências
Araujo, Y .Frutas da floresta: o poder nutricional da biodiversidade amazônica. Tefé: Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, 2024. | Brasil. Ministério do Meio Ambiente. Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro: região norte. Brasília, DF: MMA, 2022. | Carrero, G. Árvores do Sul do Amazonas: guia de espécies de interesse econômico e ecológico. Manaus: IDESAM, 2014 | Rios, M.; Pastore Jr., F. Plantas da Amazônia : 450 espécies de uso geral. Brasília : Universidade de Brasília, Biblioteca Central, 2011. | Shanley, P. Frutíferas e Plantas Úteis na Vida Amazônica. Belém: CIFOR, Imazon, 2005.